Universal Zulu Nation Brasil
Livre sua mente
Mensagem do Ministro Zulu Bruno favela Music 🎶:
O Povo no Brasil, inclusive os Zulus, todo mundo precisa, e quer ganhar dinheiro,
Todo mundo precisa estar conseguindo e economizando algum dinheiro,
Todos os dias, todas as noites, todas as semanas, todos os meses, todos os anos, a vida toda, precisamos ir além... fazendo muito mais,
Assim como gerando mais empregos & renda para um todo,
Então,
Isso é automaticamente mais impostos e tudo mais, para todos.
Por toda via, precisamos de mais oportunidades, para obter mais ganhos para o nosso país,
O Brasil tem mais de 70 milhões de pessoas sobre a pobreza extrema, sem alimentos, & etc,
Ao mesmo tempo quase 50 milhões de pessoas necessitam de algum trabalho, algum tipo de serviço para obter um alimento básico e coisas diárias,
Pelo menos, para alcançar seus básicos, fazendo algumas coisas boas e grandes para um todo,
Então, meu/nosso, parceiro internacional, é necessário trazer mais empresas e investidores para o Brasil... E para a América Latina.
Precisamos trazer mais trilhões de dólares para aqui,
Porque não?
Através da
indústria da música & Entretenimento, recebendo nossos direitos de verdade por cada área e departamento, pode ser feito como o necessário,
E podemos certamente conseguir o que precisamos de Fato.
Imagem1: Foto do Jornal da época da avant premiere da Rádio liberal
Imagem2: propaganda de concursos de dança
Imagem3: Mídia da época marketing dos Filmes na Rádio
O HIP HOP EM BELÉM DO PARÁ: COMO UM MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE E INCLUSÃO SOCIAL
RESUMO
Este artigo aborda processos históricos do movimento Hip-Hop em Belém do Pará, seu surgimento, desenvolvimento e difusão. O presente estudo, tem como fundamentação teórica, pesquisas bibliográficas e documentais. Se buscou nesse estudo, compreender a trajetória do Hip Hop em Belém do Pará, desmistificando a idéia de que o movimento estaria relacionado à violência e ao tráfico de drogas, considerando que o Hip Hop se trata de cultura de paz e maneira criativa de dizer não as drogas. Logo, o movimento se relaciona diretamente a questão da inclusão social. Dentro do contexto histórico do movimento Hip Hop em Belém do Pará, foram criados grupos como o MHOP e a Bancada Rap Gospel, entre outros mais, tendo portanto esse movimento ao longo do tempo e de diversas interações, construído articulações diversas, fundamentais a continuidade desse processo artístico, cultural, social.
Palavras-Chave: Hip Hop, movimento, história, Belém do Pará.
INTRODUÇÃO
Este trabalho buscou como objetivo geral, conhecer e descrever o transcurso histórico e intervenções, do movimento Hip Hop em perspectiva local, especificamente em Belém do Pará; analisando ainda a questão da inclusão social. Como esse movimento se construiu em meio ao processo histórico então em voga, se fez condição fundamental, para que assim tivéssemos melhor entendimento.
É fato que para além de um movimento de cultura popular, de uma dança, de arte, o Hip Hop se identifica e é identificado como processo de inserção social de grupos da juventude Mundial, emergindo, portanto, como fator de afirmação social para grupos que se sentem excluídos a parte da sociedade dita civilizada.
Nesse contexto se descobre, como se ocorre a inicialização e o transcurso do movimento Hip Hop em Belém do Pará.
Uma questão ainda analisada neste trabalho, diz respeito a sobrevivência do movimento Hip Hop, ou seja, como o mesmo se encontra atualmente, assim como as possibilidades de reafirmação e/ou resgate da história original do mesmo em Belém.
Desse modo, a análise de formações de grupos diversos que aconteceram dentro do Hip Hop, se faz fundamental para o entendimento das interações e transformações que ocorrem dentro de um movimento tão intenso e extenso como este em estudo.
Dessa maneira, para que se pudesse atingir os requisitos que esse trabalho se propôs, se procedeu a pesquisas bibliográficas e documentais no sentido de que se tivesse êxito para a compreensão do processo em estudo.
ORIGENS DA CULTURA E DO MOVIMENTO HIP HOP
Em 11 de Agosto de 1973, a cultura Hip Hop surge celebrando a primeira Block Party em uma festa de aniversário de sua irmã Cindy Campbell, realizado pelo DJ Kool Herc,na Sedgwick Ave 1520, onde hoje é tombada pelo patrimônio histórico, avenida Hip Hop.
Em 1974, depois que DJ Afrika Bambaataa criou a Zulu Nation e passou a utilizar o termo Hip Hop criado pelo amigo Love Bug Starski, a "cultura" ganhou o nome Hip Hop e sua definição como movimento, por ter a união daqueles diversos elementos que já estavam unidos desde 11 de agosto de 1973. Assim surge anos depois, a proposta de filmes como beat street e Wild Style, para que todos entendessem sobre a cultura e o movimento.
O surgimento do movimento hip-hop organizado mundial está diretamente vinculado à fundação da universal zulu nation em 12 de novembro de 1974, onde reuniria: djs, dançarinos, Mcs, grafiteiros, com sede na avenida sedgwick,1520, noBronx. Com o lema paz amor união e diversão com responsabilidade, a entidade desenvolveu dinâmicas por meio da dança música e artes plásticas, também promoveu palestras, as infinity lessons (lições infinitas), sobre temas como:matemática, ciências, economia, prevenção às drogas e doenças, entre outros. A ideia é transformar positivamente o comportamento dos membros de gangues de rua e assim tornar do negativo para o positivo gerando uma conscientização social.(LEAL, 2007, p.24,25):
A "Cultura Hip Hop", tem em personagens como Kool Herc, Áfrika Baambata eGrand Master Flash, seus principais impulsionadores. A Cultura Pode ser entendida,portanto, como conjunto de ferramentas sociais, representações e produções simbólicas no espaço de rua. Por sua vez, o movimento Hip Hop, se caracteriza pela organização de pessoas ligadas a um comprometimento de ações sociais em projetos articuladores no conhecimento de causa, diretamente com a base histórica da cultura Hip Hop em torno de objetivos culturais político-sociais, específicos.
Os 05 elementos artísticos constitutivos do Hip Hop são: o break b-boy /b girl, que representam o exercício e a expressão humana através da dança ou movimento do corpo para manter o corpo saudável. O rap é relacionado ao ritmo e a poesia, sendo o Mc, a consciência, o cérebro, apresentando as atividades e shows ele é o griot oral, o transmissor da mensagem,sendo expressão musical-verbal da cultura Hip-Hop. O Graffiti,é a escrita da linguagem ou o escriba que documenta a história, expressão da arte e meio de comunicação; O Dj,responsável pela produção das músicas de base para o Mc cantar, sendo o tambor da arte e movimento que leva os sons ao coração. (BAMBAATAA, 2017)
Dentre os grupos que escolheram a cidade como local de reprodução social, este trabalho destaca o movimento Hip Hop que faz parte das paisagens das cidades do mundo, sejam elas, grandes metrópoles como New York e São Paulo, ou cidades menores como as metrópoles regionais como Belém e Fortaleza. (SOUZA, 2003).
Construído nas periferias das cidades, o Hip Hop se desenvolve em meio a espaços públicos, tais como: praças, viadutos e vias, territórios onde se percebe a maneira de fazer arte e política de modo inseparável; trazem da periferia códigos e experiências de vida, buscando participar mais ativamente de questões sociais das cidades. (SOUZA, RODRIGUES, 2004)
Formado por jovens de famílias da periferia, onde o trabalho se faz presente cedo em suas vidas. Comumente convivem de perto com criminalidade, tráfico de drogas, que encontram na periferia o espaço para se instalar, por conta da instabilidade econômica, ausência de condições materiais para sobrevivência, segregação socioespacial, além das carências de todos os tipos. Em meio a tudo isso, comumente têm que conviver com a discriminação racial e o preconceito social que estigmatiza o morador da periferia.
Tais problemas acabam passam por processo de ressignificação por expressões artísticos culturais que envolvem música, dança e artes plásticas. Neste processo, bairro, rua e redes de relações organizadas, são fundamentais, considerando que são elementos básicos para produção artística e política cultural.
A diversidade étnica foi usada por seus mentores para educar e apresentar uma ordem de um novo pensamento periférico, que ajudou a diminuir a violência entre as gangues da maior cidade dos Estados Unidos, Nova York. o hip hop tinha claramente propostas de inclusão social jovens e ideias revitalizadoras, porque estavam baseadas em novas linguagens e objetos de expressões no âmbito das artes,daí a importância de se entender sua real história sua identidade e seu crescimento e diversas áreas de ação.No Brasil esta história começa a ser contada de maneira própria,em sua organização,divulgação e manifesto,mesmo que politicamente muitas vezes explorada,e comercialmente ainda sem a contundência que merecia ter para as massas. (LEAL, 2007, p.14,15)
A CULTURA HIP HOP NO BRASIL
No ano de 1984, a cultura no Brasil tem seu ponto de partida com Nelson Triunfo e amigos na rua 24 maio, em seguida praça Roosevelt até se tornar fixa na estação de metrô São Bento e assim a mídia foi lá e tornou conhecida essa cultura em nível nacional e internacional.
Em território Brasileiro, já no inicio da década de 80 a febre do breaking no Brasil ganhou muito mais força, a ponto da dança se tornar uma verdadeira “febre” popular, seguindo a tendência mundial. Em 1984, o programa de televisão da rede Globo, o “Fantástico”, faz cobertura de um grande encontro dos dançarinos de break que já representavam a cultura em São Paulo. (Triunfo, 2014)
Um fato que contribuiu bastante para que o break se tornasse um fenômeno em massa foi o lançamento do filme Beat Street, no Brasil, onda do break. No elenco e trilha sonora, as participações incluíam diversos nomes de representantes do Hip Hop que vinha se tornando um fenômeno de grande sucesso nos EUA. No filme estavam Kool Herc e Áfrika Bambaataa, que verbalizou a expressão “Hip Hop” e criou a organização Zulu Nation e Grand Master Flash, que criou várias técnicas de discotecagem, além de Jazzy jay, Doug e Fresh,Soul sonic force,Rock Steady crew e New York city breakers, entre outros.
Em pouco tempo este filme se tornaria uma espécie de vídeo aula de fundamental importância para que o Hip Hop no Brasil, começasse a ser compreendido como uma cultura mais ampla que além da dança inclui o grafite, Dj e a música rap. (Triunfo, 2014)
Para Rafa Santoro (p.30, 2007), “As Nossas inspirações não vinham apenas dos Estados Unidos, mas também do Brasil, especificamente de São Paulo, o grupo de Nelson Triunfo (Funk Cia) nasceu no DF e se mudou para são Paulo. Funk Cia. é realmente uma Lenda no País”.
Apesar da febre do break não estar direto na mídia, a fama da estação de metro São Bento conhecida como meca do Hip Hop, em São Paulo, continuará a se espalhar. Entre 1985 e 1986, mobilizando um número maior de jovens que de longe dos seus bairros já vinham praticar passos de break e arriscar técnicas de discotecagem,rascunhar as primeiras rimas e esboçar traços de graffiti, mesmo que não entendessem direito o que aquilo tudo significava ou em que poderia se transformar.(TRIUNFO, 2014 Pg,225)
A CULTURA HIP HOP EM BELÉM
Em Belém, a cultura Hip Hop,começou segundo Armando Pantoja e Jorge Break de fato em novembro de 1984 assistindo no cinema Olímpia o filme Beat Street, com os pioneiros electro boys, scorpions colors, Brazilian breakrs, dekanos, irmãos break, garotos do break, quando estes assistiram o filme beat street no cinema Olímpia e tiveram a idéia de reproduzir a cultura Hip Hop da forma deles, não importa se naquele tempo era só chamado de a febre do break, sendo que de maneira nativa eles já faziam o Hip Hop acontecer, mesmo sem saber o nome exato. (ARQUIVOS DO MHOP, 2018)
Vale lembrar que a dança break é um dos elementos importantes da cultura e que faz o Hip Hop se movimentar, muito mais dançando do que apenas falando, e por verem o que o filme fazia da parte cultural, organizacional e social, seguiram fazendo o estilo de vida queaprenderam no filme e fizeram isso em diversos bairros de Belém.
No bairro da pedreira, em Belém do Pará, onde começou a manifestação da cultura, os electro boys treinavam e davam aula de dança na associação dos moradores da passagem Doutel e também davam aulas para crianças e jovens em um espaço de lazer que havia bem antes da construção do hospital de clínicas Gaspar Vianna, reunindo aproximadamente,quarenta pessoas de cada vez.
Neste contexto, o jovem americano Clifton Park que veio a Belém ensinar inglês, era o líder do Scorpions colors. Park dançou na estréia do filme beat street no cine olímpia e no cinema Palácio,este jovem tinha informações do que estava acontecendo nos Estados Unidos, mais precisamente no Bronx, tudo isso contribuiu para formação em 1993 de um movimentoque se consolidou com a união dos Djs, da galera do break, o fator contrário Mcs, o grupo rap e o grafiteiro Wellington.
Os personagens pioneiros ficaram conhecidos nas periferias de Belém, através da cultura Hip Hop chamada de febre do break dos anos 84 a 90. Foram eles os dançarinos dos grupos de break e os Djs: Roberto Funk do Carrosssel, Tarrika, Saulo Teixeira, rádio Cidade Morena, Magal Sid Shopp Hauss, que sempre davam shows de música e mixagem nas festasagregadoras de jovens da cidade, que estabeleceram seu território se encontrando ás proximidades da então sorveteria La creme, situada no canto da avenida generalíssimoDeodoro com avenida Nazaré e na praça da república, em frente ao banco da Amazônia.
Assim aos finais de semana seguiam dançando pela praça, passando em frente aocentro de diversões, até chegar em são brás, passando pela praça Floriano Peixoto em frente ao mercado, indo em direção da festa carrossel, divulgando assim o que amavam fazer. O Hip Hop em Belém se multiplicou a partir do break, e nos anos 90, passou a se reunir no sentido da construção de um movimento organizado.
O início da união dos elementos que constituem o Hip Hop em movimento, aconteceu quando os bboys se encontraram nas festas e se uniram nas reuniões dentro de escolas e espaços com os outras pessoas: DJs e os Mcs fator contrário, desta forma o Hip Hop enquanto o movimento de conscientização cultural artístico social, passa a ganhar contornos definidos principalmente quando tiveram a oportunidade de ter em mãos uma revista que identificaria a história e seus fundadores: a revista the source magazine de 1993, que tinha na capa os três responsáveis, kool herk, áfrika bambaataa e grand master flash. (ARQUIVOS DO MHOP, 2018)
O grupo Sampa crew vem em uma turnê a Belém e faz o show no veleiro clube da marinha e lá o fator contrário, Mcs como os breaks de Belém, são presenteados com o LP cultura de rua Hip Hop, e o Dj Allan beat passa todas as informações do que estava acontecendo em São Paulo precisamente na estação de metrô São Bento, um dos berços da cultura Hip Hop brasileira, incentivando a construção do movimento Hip Hop de Belém.
O encontro entre os que dançavam break e os que cantavam rap, os Djs que tocavam nas festas e o grafiteiro Wellingthon Spok que fazia as letras e artes dos grupos nas camisas e nos muros, se constitui em ação fundamental dentro da formação do movimento.
Aconteciam reuniões na escola técnica Magalhães barata e escola Renato Condurú, e na associação de moradores da providência visando divulgação das informações Hip Hop na periferia, como alternativa a violência e contra a criminalidade devido às desigualdades relacionadas ao crescimento da cidade.
O MOVIMENTO DOS JOVENS E A DANÇA BREAK
A história da cultura Hip Hop tem construções significativas através da dança. Jovens de Belém viajavam a Nova York e de lá já traziam novidades das músicas mais tocadas nos Estados Unidos. No final dos anos setenta, surgiram discotecas como: Chamego, Batistão, Shock, Disco Club e outras. No entanto, somente em 1979, as músicas deram um grande salto em Belém com o surgimento da primeira FM do Pará, a rádio Rauland. Em sua programação havia um programa internacional chamado de big Apple show, onde tocavam músicas do kool in the gang, George Clinton, Parliament Funkadelic, James Brown.
Em janeiro de 1980, tocaram o "Rapper's Delight" um single de 1979 do trio estadunidense de rap Sugarhill Gang. Apesar de não ser a primeira canção do gênero a ser lançada,"Rapper's Delight" tornou-se a responsável pela popularização do rap no País. Nas rádios de Belém no ano de 1982, The message, marco Hip Hop de Grandmaster Flash and the Furious Five, foi a melhor canção na história do gênero sendo a expressão musical mais ouvida e influente do planeta. Conseguindo o topo da lista por ser a primeira canção de consciência cultural política social. (ARQUIVOS DA RÁDIO CIDADE MORENA)
Na década de 80, a black music e a disco, estouraram no Brasil e também em Belém. Nesse momento pessoas já dançavam o original Funk e o pessoal da futura formação dos electro boys também já dançava uns passos no que depois se tornariam pioneiros do Hip Hop de Belém, pelo elemento break. A mídia ajudou muito a divulgar a dança naquela época através dos vídeos clips.
Imagem4: parque de diversão de Nazaré
Imagem5: os Rap Boys: Paulão Furacão, Gut, Blackman, Maluquinho e Fera.
Imagem 6: o mercado de são brás
In Honor to Zulu Nija Part 2
O radialista conhecido em Belém como big pantera teve no início dos anos 80, a ideia de fazer concursos de dança e tiveram a oportunidade de fazer junto a outros profissionais da comunicação, como: Janjo Proença, Tarrika e Saulo Teixeira; o Marketing da Avant Premiere, do filme Beat Street no cine olímpia.
Big pantera chamou os Electro Boys da pedreira para fazer o primeiro projeto de Hip Hop, caravana da Street Dance nos bairros, com o MC Big e o DJ Saulo Teixeira, anunciando os filmes Beat Street, Breaking e Flash Dance, fazendo de Belém do Pará, a febre do Break nos anos 80, sendo nesse contexto, a equipe dos Electro Boys, representante da cultura na cidade de Belém.
Os Djs que foram pioneiros em tocar as músicas do Hip Hop em Belém foram: Djs Tarrika e Saulo Teixeira, Dj Roberto Funk do bairro da pedreira que tocava na casa de eventos o carrossel, Dj Sérgio lobo na casa de eventos Play House da BR 316, e anos depois, o Dj Magal Sid com a equipe Katus som, começaram na casa de eventos Shopp Hauss, no bairro do entroncamento, sendo Magal Dj Oficial do MHOP. (ARQUIVO DO MHOP, 2018)
O Ponto de Partida da Cultura Hip Hop foi no bairro da pedreira pelo Electro Boys. Nesse contexto, Bboy fera ao ver os Electro Boys dançando se interessa e leva o Hip Hop para o bairro da terra firme. O nome Electro Boys surgiu da idéia de uma forma de dançar eletrizante, ou seja, os garotos elétricos que dançavam muito eletrizados pela música break.
Ainda na década de 80, foram feitas as street dancers nos bairros da: pedreira, telégrafo, praça da república e a grande final no parque de diversões na praça centro de atividades de Nazaré o conhecido CAN- Conjunto Arquitetônico de Nazaré, onde um carro som fazia a festa e os Dj Saulo Teixeira e Tarrika tocavam músicas dos filmes Beat Street e Breakdance, de cima de um trio elétrico, levando a juventude de Belém a pura nostalgia nos embalos do break dance music.
Em pouco tempo este filme se tornaria uma espécie de vídeo-aula de fundamental importância para que o Hip Hop no Brasil começasse a ser compreendido como uma cultura mais ampla que além da dança inclui o Grafite, Dj e a Música Rap. Um tremendo valor documental, considerado essencial para se entender a história do hip-hop em Belém do Pará.(LOUREIRO, 2018).
Belém e suas inúmeras praças e ambientes arquitetônicos também fazem parte dessa construção; foram nesses ambientes que garotos e grupos como Electro Boys, scorpion colors, irmãos break e brazilian breakrs, se reuniam.
A Continuidade dos Electro Boys, aconteceu quando conseguiram ter acesso a filmes da dança break, da cultura Hip-Hop, filmes como Beat Street, Flash Dance e Breaking, foram muito importantes nos primeiros passos dessa construção. Anos depois surgia o grupo chamado Rap Boys, que em 1993, junto a outros formariam o movimento Hip Hop. Fera, Maluquinho, Gut, furacão, dentre outros, dançavam break e quando Blackman cantou rap estes foram batizados de Rap Boys, a partir da aparição na TV em 1988,Programa Tv cidade canal 4. Deram, portanto, continuidade a história do Hip Hop em Belém do Pará.
Embalados pelo sucesso na Rádio e TV, os Rap Boys, tiveram a idéia de fazer a própria Street Dance, dias de domingos e Feriados se revezavam entre a Praça da República e praça do centro arquitetônico de Nazaré onde havia uma concha acústica, além dos brinquedos do parque de diversões e depois se dirigiam a praça de são brás, levando um gravador Boom Box, se motivando a dançar. Neste contexto, um local de grande importância, foi o mercado de são Brás, que se tornou ponto de encontro de amantes da cultura Hip Hop.
O MOVIMENTO NOS ESPAÇOS PÚBLICOS DE BELÉM
No final dos anos 80 os electro boys já passavam pela frente do espaço do mercado de são brás, mas os que se fixaram, no início dos anos 90, foram os conhecidos Rap Boys. Estes, treinavam salto na grama e dançavam na praça. Os jovens do street player organizaram junto a outros grupos os encontros nos dias de sábado à noite. Nesse tempo cada um utilizava o espaço em um certo horário; uns pela parte da tarde e outros pela noite e assim os que trabalhavam durante o dia, chegavam em um horário que não tinha mais ninguém na praça e treinavam lá até altas horas.
Assim surgiu o hip hop na praça do mercado de são brás. Somaram nesta construção:
América rap, rap brothers, night of boys, black white, Beat of boys, geração break, revolução das ruas e estilo de belém, o antigo Rap Boys. (ARQUIVOS DO MHOP, 2018)
Desse modo o espaço se tornou oficial para o movimento e sagrado historicamente no contexto de evolução e afirmação dessa cultura em Belém do Pará.
Com o Sucesso do grupo Rap boys na Tv e shows, no bairro do barreiro em 1990, surgem os Mcs Fator Contrário, de um grupo de break chamado de Rap Street, esta foi a primeira formação, eles eram dançarinos, mas partiram para a música rap ao escutar The Message de Grand Máster Flash and The Furious Five.
O nome fator contrário é a identidade da luta contra o sistema e a favor dos direitos civis, somando esforços para ajudar através de ações sociais os menos favorecidos, continuando a luta de Martin luther king e foi fundado por Rafael Conde, Carlos lavareda e Davi no bairro do barreiro, em um espaço de uma associação, sendo uma das primeiras posses de Hip Hop na cidade. Reuniões também aconteciam na escola Estadual Magalhães barata antiga escola técnica na rua municipalidade, no bairro do telégrafo.
Imagem7: Fator contrário show Sampa Crew no clube naval, veleiro
Nos anos 90, o Dj e b.boy Allan Beat veio fazer um show em Belém com o Sampa Crew e presenteou o MHOP com um disco da coletânea cultura de rua, afirmando então que esse nome foi dado por motivo de um disco gravado com músicas de vários rappers como: Thaide e DJ Hum , Código 13, Mc Jack, os metralhas e outros mais e este disco era o inicio da produção musical de Hip Hop que foi a primeira coletânea de Rap Brasileira lançada em 1988 pela gravadora Eldorado. O Presente foi dado pelo Grupo Sampa Crew no Clube naval da Marinha, O Veleiro, e na oportunidade o fator contrário Mcs Rafael Conde Lavareda e Davi recebem mais informações do que estava acontecendo em São Paulo e ganham o disco cultura de rua do Dj e Bboy Allan Beat. (ARQUIVOS DO MHOP, 2018)
O disco cultura de rua Hip Hop foi lançado em novembro de 1988 e rapidamente ganhou espaço em diversos veículos de comunicação, incluindo jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. Logo a faixa “Corpo fechado”de Thayde e Dj Hum, passou a se destacar, entrando na programação das principais rádios do Brasil e se tornou o carro chefe da coletânea que viria a revolucionar a vida da dupla na história do Hip Hop no Brasil. Cabe Destacar que Hip-Hop, cultura de rua, viria a se tornar um disco clássico, de valor documental, considerado essencial para se entender a história do Hip-Hop no Brasil.(TRIUNFO,2014)
Paralelamente, no mesmo período a equipe também continuou a trazer ícones do soul e do funk, como James Brown Betty Wrigth e Roger Troutman, zapp. E para consolidar o êxito do Rap naquele ano, a equipe Circuit Power, realizou um show do legendário grupo Run-Dmc no Clube House, em Santo André, São Paulo.
Em agosto de 1989, Milton Sales que foi empresário na época dos Racionais Mcs teve a idéia de criar o “Movimento Hip Hop Organizado.” Onde o coletivo tinha como objetivo orientar os jovens do Hip-Hop e direcionar suas ações e reivindicações de maneira organizada, de forma a definir atribuições a cada integrante.
Em março de 1993 a estação de metrô são bento, em São Paulo, sediou a 1ª mostra nacional de Hip Hop, um festival histórico que reuniu público estimado em mais de cinco mil pessoas e contou com a participação de vários grupos de breaking e grupos de rap. No palco um dos destaques foi Nelson Triunfo, que cantou seu rap “O Cara” ao lado do funk & Cia.
Além das apresentações artísticas e disputas entre bboys, este primeiro grande evento público do Hip-Hop em são Paulo também teve mostra de graffiti, performances de beatboxing e premiação para o dono do maior boombox presente, entre outros atrativos. foi uma tarde inesquecível, que consolidou a força e o poder de organização da cultura Hip Hop”(Triunfo, 2014, Pág., 255)
Um jovem chamado Diogo sempre viajava para Europa e trazia fitas de música e de vídeo entre campeonatos e festivais com informações sobre a cultura e assim chegou em Belém a revista the source magazine que tinha na capa a foto de Grand Master Flash, Áfrika Bambaataa e Kool Herc. Nesta edição relata a história da cultura, notas sobre o programa YoMtv Raps e ações da zulu nation, nos Estados Unidos da América.
A FUNDAÇÃO DO MOVIMENTO HIP HOP BELÉM /MHOP, E A BANCADA RAP GOSPEL.
A equipe old school dos breakrs de Belém, Djs e Rappers do fator contrário, Mcs e o grafiteiro Wellington, se reuniram e a partir destas informações criaram o movimento Hip Hop dos pioneiros de base de Belém. No entanto, devido a repercussão das notícias nas Tvs e Jornais, surgiu a idéia de que ao nome conhecido por movimento Hip Hop organizado, deveria se acrescentar “Pará”, porque o foco era atingir todo os municípios e também homenagear o Estado com a cultura. Assim surge a fundação do primeiro movimento organizado, o MHOP em novembro de 1993.
A Revista The Source Hip Hop e o Programa Yo Mtv Raps edição Brasil no canal 25 UHF, trouxeram muitas Informações do que seria o princípio dessa cultura. O Hip Hop Belém, passou a ser chamado movimento Hip Hop organizado do Pará-MHOP
O MHOP passou a ser o alicerce nas produções da cultura Hip Hop no estado do Pará, este em São Brás, organiza a cena, estrutura o trabalho, faz tudo aquilo que era necessário para se realizar intervenção e/ou evento cultural voltado para a comunidade em geral, sempre regados a música e dança, transformando o cotidiano das comunidades em verdadeiras intervenções, levando conscientização e recreação aos jovens das periferias.
O Movimento passou a ser o carro-chefe quando se fala em cenário de eventualidades Hip Hop em Belém do Pará, sendo inicialmente formado por profissionais liberais, professores, arte-educadores, assistentes sociais, artistas, MC'S (Mestre de Cerimônia), DJ´S (Disque Jóquei), dançarinos, b-boys e grafiteiros e os mais diversos profissionais de áreas distintas, mas sempre relacionado com causas sociais, culturais e artísticas que visam fortalecer o cenário paraense através de intervenções, palestras, ações sociais, eventos, festivais, etc. (ARQUIVOS DO MHOP, 2018)
O movimento funciona da seguinte forma: intervém em determinado lugar da cidade realizando oficinas e palestras no sentido de fazer com que este ambiente mude a forma “cotidiana” de ser visto, então através de arte e lazer, o movimento vai tomando espaço, fazendo com que os jovens daquele determinado lugar sejam atingidos através da arte e das atividades oferecidas naquele determinado evento ou intervenção, com essa política de paz o MHOP, passou a ser bem visto, com o tempo, através de seus inúmeros projetos sociais e culturais.
A Bancada Rap Gospel surge também nos anos 90. DJ Ênfase, Sandrão, Mano Bira, Blindado,amigos e todos os grupos de Belém por motivo de resposta à violência nos bairros do Barreiro, Terra firme e Guamá, criaram um projeto chamado de J.C.A - Jesus Cristo em Ação, que assim poderiam estar em todas as praças e igrejas, utilizando a cultura Hip Hop como ferramenta de construção social, falando da paz que vem de Jesus Cristo e as maravilhas de Deus. Estes deram um grande exemplo de fazer a cultura Hip Hop acontecer nas ruas e praças da cidade de forma organizada e legitima, como por exemplo, o festival Hip Hop Belém, festa de celebração e contribuição de serviços prestados às comunidades carentes, tornando o Hip Hop um movimento de caráter social, quebrando paradigmas.
(ARQUIVO MHOP, 2018)
Desse modo se pode dizer que diversos estudos têm demonstrado os valores positivos da cultura Hip Hop no Pará, Brasil e em outras partes do mundo. O movimento Hip Hop, originado da necessidade de sociabilidade de jovens das periferias de grandes centros urbanos, oferece ao espaço urbano (bairros, ruas, esquinas, escolas etc.) elementos de identificação e formação para adolescentes, que se traduzem na resistência à ideologia dominante, discriminadora e mercadológica, que constitui a indústria cultural e seus símbolos (MAGRO, 2002).
Em 1993, jovens dos bairros do: barreiro, pedreira, providência, telégrafo e sacramenta, se concentravam em vários lugares: na escola técnica Magalhães Barata ao lado da universidade do estado do Pará - UEPA, e no centro da associação dos moradores do providência, na escola Renato Pinheiro Condurú, na escola salesiano do trabalho e, assim aos sábados, antes de irmos para as danceterias a gente aguardava até as 18:00 horas, a presença jovem de todos os bairros de Belém para encontros, reuniões e informes de atualidades sobre o movimento e coisas novas que apareciam.
Ainda no contexto anteriormente abordado, aconteciam os lendários rachas: bairros vs bairros, onde se dançava primeiro em frente ao mercado de são brás, para depois irem as festas e danceterias da cidade, tais como: spectron, bolero, subssar, círculo militar, metrô,boate da tuna, play house, etc.
Nos anos de 1994 a 1996, os encontros aconteciam na escola Renato Pinheiro Condurú, sendo convidados vários grupos para treinar e trocar idéias com o movimento MHOP e assim repassar as informações de revistas, vídeos e filmes, fazendo a multiplicação do conhecimento sobre as noticias do Programa Yo Mtv Raps canal 25 MTV UHF, gravando fitas de vídeo e de música para todos que nos pediam para assim saber mais sobre a cultura Hip Hop.
As notícias da repercussão deste movimento de jovens, conhecidos e reconhecidos,tornou os grupos procurados pela prefeitura de Belém para fazer parte dos projetos TV de rua e caravana do povo, onde havia carretas que se tornavam palcos, indo a todos os bairros de Belém, inclusive até ao distrito de mosqueiro.
Foram fundamentais nesse processo: os líderes dos grupos América rap do bairro de Canudos, mauro,reginaldo e dinho, street player gut,furacão,ninja,wellingthon, rap boys fera e maluquinho,jhon, rap street e geração rap barreiro, pet e alex, geração break alonso e victor, o revolução das ruas, com pantera e regis tf, night boys e rap brothers do bairro do Barreiro,xaréu e marlon, electro boys 2, geração mauro e sam dos bairros do jurunas e cremação.
Neste contexto, o grupo tecno rap com Jollivan, que foi o primeiro grupo a ter participação no movimento negro CEDENPA e o rap star com djavan, contaram com apoio dos beats of boys do bairro do Benguí, Pascoal e Geovane e black white do Guamá, domingos e chinelo e the moviment rap do bairro da Marambaia, Paulinho e Josymar.
As Rap Girls primeiras bgirls e Mcs contribuíram para a difusão e acolhimento de vários Membros do hip hop Belém que aos finais de semana se deslocavam a Icoaraci.
Desse modo, foi possível pela cultura Hip Hop fazer a multiplicação do movimento organizado do Estado do Pará, trazendo informações de tudo que foi vivenciado, a experiência cultural que fez vários jovens saírem de gangs de rua e do uso de drogas, abraçando o lema: "diga não às drogas" e "sim a dança e a vida".
Durante 4 anos, o movimento esteve no palco do TV de rua e na caravana do povo ao vivo, com o mestre de cerimônia Alberdan Batista no microfone para que as pessoas, pudessem entender que o Hip Hop estava presente e que se constituía de cinco elementos.Fizemos isso por anos, com amor e dedicação à cultura e com a graça de Deus, conseguimos fazer tudo com fé, comprometimento, coragem e determinação. (Arquivos do MHOP
O processo educativo não-formal e informal que acontece no Hip Hop gira em torno da criação de novos espaços e modos de existir dos moradores da periferia na sociedade brasileira. Esses novos espaços criados pelos jovens que constituem o movimento Hip Hop brasileiro ajudam a construir uma outra visão sobre a vida dos adolescentes, permitindo que eles se vejam como protagonistas de ações propositivas que contribuam para soluções dos problemas de nossa sociedade ou para transformação da ordem social (MAGRO, 2002).
Segundo Marcelo Yuka,“Há muitos anos na luta social urbana, Estes guerreiros foram incentivados pelos pioneiros, por meio do filme Beat Street, aprendendo as informações de como fazer a cultura acontecer e a entender o hip hop em caráter de movimento,compreenderam e respeitaram as informações dos mestres da cultura da década de 1984 a1990, como força de expressão e incentivo para dar a continuidade de uma linda história que desenvolveu o crescimento e a preservação da identidade cultural do hip hop de Belém. É em sua essência o hip hop se explicando e se ampliando para todos e todas sem ingenuidade e com poder crítico e autocrítico, Sendo o quinto elemento exercido não só por quem quer, mas por quem a muito entendeu que o conhecimento e que os livros devem estar juntos e misturados a qualquer manifestação popular.”
Em 2013, comemoram 20 anos de estrada e assim entre os anos 2014 a 2016, o festival faz uma grande festa na Praça da República com tirada de documentos e vários serviços sociais, proporcionando a mesma valorização da cultura Hip Hop como as block partys nos Estados Unidos, onde o encontro de famílias é a principal causa da celebração, tendo crianças jovens e a melhor idade, participando juntos.
Em 2016 o MHOP recebe na Assembléia Legislativa do Pará, a medalha dos direitos humanos Paulo Frota, em reconhecimento a causa de inclusão social, comprometimento com pessoas e grupos de risco social, oferecendo a cultura Hip Hop de forma positiva para resgatar e inibir a inserção de crianças e jovens no mundo do crime e das drogas, sendo ponto de luz no fim do túnel, contribuindo com crianças e jovens a sair dos pontos negativo e assim partir para escolhas de forma positiva, aprendendo a conviver com cidadania e a entender que a vida é bem mais produtiva e feliz, sem violência. (ARQUIVO DO MHOP, 2018)
Em novembro de 2017, o MHOP se apresenta no 12º Festival se Rasgum no Show do pai do Hip Hop, Áfrika Bambaataa e o líder mundial da cultura Hip Hop de Nova York, Bronx, visitam o festival de 24 anos do Mhop na Praça Batista Campos.
Imagem7: Fator contrário show Sampa Crew no clube naval, veleiro
Imagem 8: 10 Anos da Equipe MHOP/2003
Imagem 9: MHOP Festival Hip Hop Belém
In Honor to Zulu Nija part 3
É incrível como esse movimento Mhop dos jovens, contagiam a cidade e realmente eles estão seguindo os mesmos passos do Hip Hop do Bronx em sua originalidade tendo os old schools mantendo tudo isso vivo”. (Bambaataa, 2017)
Vale ressaltar, portanto nesse contexto histórico do movimento Hip Hop em Belém,portanto, a fundamental importância do MHOP. (Lord Yoda,2017)
Esse movimento específico tem notoriedade na questão histórica do Hip Hop na capital paraense, assim em como sua continuidade e expansão.
É importante ainda ressaltar que de acordo com as palavras de Bambaataa, a questão da originalidade foi mantida, a essência, o espírito do movimento.
O Hip Hop de Belém passou a ser visto não só como uma gama cultural de entretenimento, mas ganhou legitimidade e respeito por seu forte potencial transformador.
Segundo Nelson Triunfo “Estes Jovens Fera,Maluquinho e Zulu Ninja construíram com as informações um movimento organizado no Pará e que seus esforços em fazer um hip hop que se importa pelas famílias e comunidades doando alimentos e palestras de prevenção ás drogas somando para a diminuição da violência, seus resultados conseguiu chamar atenção do mundo e chegar nos Estados Unidos e fazer parte da organização mundial a Zulu Nation,acompanho eles desde os anos 1993 e os parabenizo eles conseguiram manter vivo o hip hop de Belém com várias produções nacionais e internacionais suas bases são verdadeiras e batem junto a história do meu livro TRIUNFO, Nelson. Do sertão ao Hip Hop.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A própria característica de Belém do Pará, capital com vasta zona periférica, foifundamental para que o processo em forma de arte, aqui encontrasse um terreno fértil.
É extremamente interessante saber que a essência do movimento Hip Hop está ligado ao desejo de paz social,sendo: livre,laico,sem partidos e a negação às drogas, diferente do que comumente alguém possa pensar.
Tal Reconhecimento ajudou a desconstruir a imagem pejorativa e generalizada de que hip-hop era “coisa de malandro,” um rótulo preconceituoso que ainda era comum aos leigos e propagado por boa parte da mídia.
No meio acadêmico o interesse por registrar e pesquisar as nuances desse fenômeno cultural também cresceu. Logo surgiram os primeiros trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado, focados no Hip Hop, estudos que também colaboraram para elevar sua reputação sócio educativa e inspiraram a aplicação daquele modelo de projeto em inúmeros outros lugares.
Nos EUA, o movimento Hip Hop, surge nas periferias como proposta de paz, o que contrariou grupos criminosos, estes passaram a financiar personagens para divulgar o movimento como ligado ao crime nos filmes com o nome de gangsta rap.
Atualmente um Hip Hop descaracterizado passou a embalar o consumismo, manipulado pela mídia. E, é esse Hip Hop que está bastante em evidência. No entanto as raízes do movimento,vão contra a utilização do movimento para atender interesses de mercado.
No contexto de surgimento, desenvolvimento e atualidade do Hip Hop em Belém do Pará, assim como das influências contrárias, internas e externas, como as citadas anteriormente por exemplo; se pode afirmar que o movimento sobreviveu, criou raízes, deu frutos e permaneceu, ajudando muitas pessoas a sonharem com um mundo melhor e a buscarem a paz e evitarem as drogas.
O movimento Hip Hop que se construiu e se constrói em Belém, se pode afirmar que é fértil, que certamente tem grande contribuição, considerando que o movimento legitimo, inclui pela cidadania construída pelo conhecimento.
Neste contexto, há que se ressaltar, portanto, a importância fundamental dos movimentos, entre esses, o MHOP e a bancada Rap Gospel. Tais movimentos certamente fazem parte dessa construção positiva que inclui diversos momentos fundamentais e detalhes muito Ricos e significativos no que diz respeito à vida, à paz, à música, á dança, ás artes de modo geral; à inclusão, à cidadania.
Bibliografia Utilizada e Consultada
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LEAL, Sergio. Acorda Hip Hop! Coleção: Tramas Urbanas. Ed. Saraiva, São Paulo, edição 2007.
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MAGRO, V. M. M. Adolescente como autores de seus próprios cotidianos. Campinas. Caderno Cedes, 2002. v. 22, n. 57. ago. pg.63-75.
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SANTORO, Rafa. Trajetória de um Guerreiro - Col. Tramas Urbanas. Ed. Saraiva, São PAULO, 2016.
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SIMMEL, Georg. “O problema da sociologia”. In: MORAES FILHO, Evaristo de. Simmel. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ed. Ática, 1983.
SOUZA, Gustavo. Novas sociabilidades juvenis a partir do movimento Hip Hop. Animus: Revista interamericana de comunicação midiática / Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Sociais Humanas. - Vol. III n 2 Santa Maria, NedMídia, 2004.
SOUZA, Marcelo Lopes de; RODRIGUES, Glauco B. Planejamento urbano e ativismos sociais. São Paulo: UNESP, 2004.
TRIUNFO, Nelson. Do sertão ao Hip Hop. São Paulo: UNESP, 2014.