Literatura Brasileira Contemporânea
Você sabia?
Sempre ouvimos, vemos e/ou lemos algo sobre os grandes escritores brasileiros e nosso valioso cânone literário, mas e os novos escritores? E as novas obras literárias?
Abaixo um trecho de um ensaio escrito pela professora do curso de Letras/UFMG, Maria Zilda Cury, que tem sua pesquisa voltada, dentre outras vertentes, para a Literatura Brasileira Contemporânea. No trecho a autora nos dá um panorama dessa nova literatura:
[...]A ficção brasileira da contemporaneidade tem suas raízes no solo urbano, no contexto atual do país cuja feição predominantemente rural foi substituída pela vida agitada e violenta que caracteriza suas grandes metrópoles. As produções culturais contemporâneas insistem, pois, na encenação do espaço urbano: uma cidade muitas vezes desgastada, cujo tecido social encontra-se rompido, metáfora da impossibilidade de reconstituição identitária positiva do país. “A urbanização do imaginário da literatura brasileira é um fenômeno recente, porém irreversível” (PINTO, 2004,p.83) e explica, em parte, a falta de referências muito precisas para os textos ficcionais contemporâneos. O espaço da cidade assume feição performática, exibido em cenas rápidas, sketches que rompem com formas enunciativas consagradas, deslocando técnicas e gêneros narrativos, sob o olhar de narradores também eles condenados ao seu movimento vertiginoso.
Coloca-se como hipótese para um primeiro conjunto dessas narrativas a realidade da violência urbana, em textos de denúncia social dos aspectos perversos da globalização, em sua relação com a temática da exclusão social e da auto-reflexão da literatura, que busca discutir seu papel neste contexto.[...],
A reflexão é interessante para o levantamento de algumas características desta linha ficcional da série literária brasileira contemporânea. Representações da pobreza e da marginalidade, do mundo das drogas e da prostituição, personagens migrantes, o universo dos marginais e dos excluídos do sistema dão a tônica a tais produções. Expressam, contudo, diferenças que se configuram no espaço simbólico, com variações nas suas estratégias narrativas, nas vozes enunciativas que privilegiam, embora sob o denominador comum da temática da violência, da crueldade. São textos que até chegam, muitas vezes, a constituir um gênero literário novo, modulado numa narrativa formalmente marcada pela concisão e rapidez, como registros ininterruptos de realidades em movimento célere e que não têm repouso, que mal se deixam apreender na sua precária momentaneidade.
CURY, Maria Zilda Ferreira, Novas geografias narrativas In__: Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 42, n. 4, p. 7-17, dezembro 2007
Conhecendo alguns escritores contemporâneos
Milton hatoum
Luiz Ruffato
Marcelino Freire
Nascido em Sertânia, no estado de Pernambuco, muda-se com a família para Paulo Afonso, Bahia, em 1969. Lá permanece por seis anos, até voltar para Pernambuco e radicar-se na capital, Recife, onde começa a fazer teatro. Em 1981, escreve os primeiros textos do gênero e participa juntamente com artistas plásticos e escritores Adrienne Myrtes, Denis Maerlant, Jobalo, Pedro Paulo Rodrigues e Regi So Ares, do grupo POETAS HUMANOS, fundamental para sua formação artística. Ao longo da década de 1980, trabalha como bancário e inicia o curso de Letras na Universidade Católica de Pernambuco, sem concluí-lo. Em 1989, freqüenta a oficina literária do escritor Raimundo Carrero e, dois anos depois, é premiado pelo governo do Estado de Pernambuco. Decide mudar-se para a cidade de São Paulo em 1991 e publica, de forma independente, seus dois primeiros livros: AcRústico, de 1995 e EraOdito, de 1998. Em 2000, publica o livro de contos Angu de Sangue.
Bernardo Carvalho
Bernardo Teixeira de Carvalho (Rio de Janeiro RJ 1960). Romancista, contista, jornalista e tradutor. No ano de 1983 forma-se jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Ainda na década de 1980 radica-se na cidade de São Paulo e a partir de 1986 trabalha na Folha de S.Paulo, jornal no qual exerce função de diretor do suplemento de ensaios Folhetim, é correspondente internacional em Paris e posteriormente em Nova York e, entre 1998 e 2008, colunista fixo do caderno de cultura Ilustrada. Com dissertação a respeito da obra de Wim Wenders, obtém grau de mestre em cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) no ano de 1993, quando também lança a coletânea de contos Aberração, que marca sua estreia na literatura. Seu primeiro romance sai em 1995 e, desde então, tem publicado traduções e exercido a função de crítico literário. Seu mais recente romance, O Filho da Mãe, é de 2009.
Adriana Lisboa
Ganhou o Prêmio José Saramago pelo romance Sinfonia em branco, uma bolsa da Fundação Japão para o romance Rakushisha, uma bolsa da Fundação Biblioteca Nacional, no Brasil, e o prêmio de autor revelação da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) por seu livro de poesia para crianças, Língua de trapos. Em 2007, o Hay Festival/Bogotá Capital Mundial do Livro incluiu-a na lista dos 39 mais importantes autores latino-americanos até 39 anos de idade.
Ana Miranda
Nasceu em Fortaleza, em 1951. Morou em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Hoje vive no Ceará. Estreou como romancista em 1989, com Boca do Inferno (prêmio Jabuti de revelação). De lá para cá escreveu diversos romances, entre eles Desmundo(1996), Amrik (1997) e Dias & Dias (2002, prêmio Jabuti de romance e prêmio da Academia Brasileira de Letras). Foi escritora visitante em universidades como Stanford e Yale, nos Estados Unidos, e representou o Brasil perante a União Latina, em Roma.
Conversas
Fique ligado!
Quer uma dica? Leia o livro antes, você não irá se arrepender!
http://oglobo.globo.com/cultura/filmes/o-norte-de-milton-hatoum-agora-pop-15580328