Pode misturar?
"Problema de língua, conflito de paixões"
Como a coisa acontece
Nós brasileiros não somos xenofóbicos (que é aquele cara que até mata por não aceitar alguém de fora do seu país), mas nós muitas vezes nos achamos o mosquito do cocô do cavalo do bandido no que diz respeito à comparação com outros países, né?! Brasileiro tem mania de pensar que tudo na gringa é melhor que aqui. A pessoa fica em motel atrás da rodoviária em Los Angeles, mas no Brasil só aceita 5 estrelas! Aqui não levanta pra pegar um copo d'água, mas lavar prato nas zoropa, ok. E com a língua? Com a língua, meus amores, é igual!!!
Nós não achamos que vamos perder nossos empregos, nosso território ou nossa alma para alguém que desembarca em terras tupiniquins, mas tem gente que se arrepia todo quando o assunto é misturar palavras gringas com as nossas! Não torça o nariz, que eu sei que você também conhece alguém assim!
No Brasil, já teve até Projeto de Lei que pretendia proibir – isso mesmo: proibir – o uso de estrangeirismos! E não foi uma vez só, não!
Bom, é claro que não é viável que se proíba a inserção de palavras novas no nosso vocabulário! Imaginem só, como íamos fazer se tivéssemos que traduzir, ou mesmo criar uma nova palavra para cada novidade tecnológica que aparecesse! Iria ser uma bagunça! Nossa língua é viva, e língua viva muda.
Os estrangeirismos são geralmente introduzidos na língua ao mesmo tempo em que um conceito novo (por exemplo, Stalker) ou pertencente a outra cultura (como é o caso de reggae) chega aqui. Se o uso for suficientemente frequente e duradouro, é comum a adaptação à escrita e à pronúncia do português - como aconteceu, entre muitos outros casos, com deletar e com upar, que agora são nossas, porque foi a gente que adaptou - e ninguém tasca!
Olha, EU SEI que essas imagens acima fizeram você ter uma reação aí e pensar nesse analfabeto funcional que escreveu, acontece que esse é um fenômeno comum e antigo, como você agora já sabe! É claro que os textos dessas pessoas não estão adequados para a sua finalidade, mas já pensou se todos nós começássemos a falar serve serve-se?!