Maristão's news
REALISMO
A cor do meu amor
Eles levam as marcas do racismo no coração. Apesar da pele clara, sabem bem o que é preconceito. Têm filhos, marido ou mulher negros, e vivem em um país que oficialmente é uma democracia racial, mas que no cotidiano ainda está bem distante disso.
Descendente de italianos, Felice Petillo teve de brigar com a família para se casar com uma negra. A produtora de tevê Rita Andrade tem dois filhos brancos, do primeiro casamento, e dois negros, frutos de uma segunda relação. Ouviu do caçula uma frase assustadora: “Mãe, quando eu crescer não quero ser negro”. O motivo: nas novelas, ele via que todo negro era pobre ou subalterno. A pernambucana Roberta Barros é outra mãe que teme pelo futuro dos filhos mestiços, vítimas de olhares suspeitos dos seguranças toda vez que visitam os shoppings. São três exemplos do racismo brasileiro que conflitam com o mito da democracia racial.
Autora da tese “Razão, cor e desejo: uma análise comparativa sobre relacionamentos afetivos-sexuais inter-raciais no Brasil e na África do Sul”, a professora lembra, por exemplo, que no regime de apartheid a lei proibia casamentos entre brancos e negros. No Brasil, os casais enfrentam outros tipos de problema, como os olhares recriminatórios ou a acusação de que os negros (as) casam com brancas (os) por desejo de ascensão social. Durante a pesquisa que realizou, a antropóloga entrevistou um rapaz negro que namorava uma garota branca. O pai dela agia como se temesse que ele fosse roubar algo na casa. “Ouvi histórias dramáticas e cheias de conflitos de todos os lados. É difícil assumir que um ente querido ou um amigo têm atitudes racistas”, conclui. Outro problema comum é que nem todos admitem a diferença de cor: “Uma vez, conheci um casal em que ele era branco e ela mestiça. Pensei em entrevistá-los, mas amigos me pediram que não tocasse no assunto, pois ela se considerava branca”. Diante disso, a antropóloga só pesquisou casais que se autoclassificavam como inter-racial. “Caso contrário, eu não teria o que pesquisar, pois eles mesmos não se colocavam a questão.”
"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra." Bob Marley
O filho da produtora de televisão, Rita Andrade, baseando-se no que já assistiu em novelas surpreendeu-a dizendo que não queria ser negro quando fosse adulto. Mesmo com a criança sem discernimento do que estava falando, pode-se reparar que além das novelas, ela retira esta forma de pensamento do seu dia a dia.
A mídia luta ao máximo para a eliminação da discriminação racial, ela tenta ampliar a representação de negros e negras nos mais diversos espaços brasileiros. Porém, mesmo com inúmeras campanhas e leis a favor da igualdade; há em grande parte da população uma visão de que existe distinção entre negros e brancos. Como prova disso, existem negros que têm "auto-preconceito", que não admitem suas respectivas linhagens.
Racismo, preconceito e discriminação, são formas de ingnorância coletiva sem explicação. Afinal, que justificativa é necessária para um povo sem união?
O grupo concluiu que ainda existe um longo caminho a ser percorrido para chegarmos a um ideal. É fundamental o "respeito" em detrimento da "arrogância" e a "compaixão" em detrimento da "desumanidade".
NATURALISMO
Homofobia
O garçom Fernando Henrique Alves, 20 anos, foi preso em 25 de agosto de 2011 após assassinar com uma faca de cozinha o cabeleireiro Gilvan Firmino Ferreira, 25 anos. O crime foi cometido em Alfenas, no sul de Minas Gerais, na garagem da própria casa de Gilvan, que teve o corpo esquartejado, as vísceras arrancadas, o pênis inserido na própria boca, os testículos arrancados, o rosto desfigurado a golpes de extintor de incêndio e um órgão frito, provado e, depois, oferecido a um cão.
A vítima, que era homossexual, bebia vinho e consumia drogas com o garçom quando foi atacada. Fernando foi detido enquanto tomava café logo depois de deixar a casa da vítima. Apresentado pela Polícia Civil, Fernando disse à TV Alfenas: “Eu matei ele, rasguei ele todinho, peguei pedaço do órgão dele e fritei. Tentei comer, mas não deu, estava sem sal. Dei pro cachorro.” O jovem não se esquivou de pergunta sobre as razões do crime. “Motivo? Loucura. Para quem é do mundo do crime é isso mesmo, entendeu? Você dá droga, e (o drogado) faz coisas que vocês nem imaginam”, afirmou.
Ativistas do movimento LGBT saíram às ruas pedindo Justiça e emitiram uma nota na qual relacionava o episódio com o assassinato a pauladas do jovem Gilvan na novela Insensato Coração, da TV Globo. No documento, a história de Gilvan – o da vida real – era contada desde a saída da casa em Pernambuco, onde os pais teriam se recusado a aceitar sua orientação sexual. O Movimento Gay de Alfenas (MGA) ainda ressaltou a calma do assassino, que sorria diante da ira popular e “depois de toda essa monstruosidade, foi tranquilamente para casa levando latas de cerveja”.
"Temos de aprender a viver todos como irmãos ou morreremos todos como loucos." Martin King
Fernando Henrique Alves foi preso em agosto de 2011 devido ao assassinato do homossexual Gilvan Firmino Ferreira. Após ingerirem drogas, o assassino esfaqueou e esquartejou o corpo da vítima. Com o cadáver, Fernando fez horrores, arrancou suas vísceras, fritou seus órgãos e tentou comê-los.
O que leva uma pessoa a cometer tamanha crueldade? Simplesmente homofobia, ou será Fernando um psicopata?
Inúmeras vezes aqueles que possuem aversão, ódio, repugnância e preconceito contra homossexuais/lésbicas/bissexuais, ainda não possuem completa definição sobre a própria identidade sexual. Isso gera revoltas e estas são transferidas para indivíduos que já têm identidade sexual definida, que no caso, foi Gilvan.
Psicopata é o sujeito clinicamente perverso. É alguém caracterizado por desvio de caráter, distúrbios mentais, frieza, ausência de sentimentos, manipulador e com falta de remorso para atos cruéis como o citado na reportagem.
Pensamos que Fernando Henrique Alves apresenta "sintomas" de homofobia e psicopatia, uma vez que sua antipatia e repulsão à homossexuais fez com que ele buscasse condutas de riscos e perigos sem nada temer, ou seja, o assassino possui transtorno de personalidade anti-social em relação a gays.
Letícia Resende
Paulo Aires
Helena Pessoa
Carolina Ranaldi
Guilherme Taya
Lucas Honda
Tatiana Aguiar
Noelle Marques
Pedro Magalhães